Fábrica de tecidos foi idealizada por um grupo de fazendeiros que produzia algodão. Prédio foi um empreendimento de extrema importância para o século 19.
A fábrica de tecidos “São Luiz”, foi tombada e reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A indústria, fundada em 1869, foi a primeira fábrica a vapor do Estado de São Paulo e a segunda do país.
O prédio foi idealizado por quatro empresários, produtores de algodão e café, apaixonados por inovação e que trouxeram a tecnologia da época.
Maria Sofia, atual proprietária da chácara, explica que, durante a guerra nos Estados Unidos, os tecidos que eram exportados para o Brasil deixaram de ser enviados. Com a paralisação desse fluxo, o grupo foi afetado.
“Diante do problema, os fazendeiros resolveram montar a fábrica. Mandaram dois engenheiros para fora: um para os Estados Unidos e um para a Inglaterra. O que foi para a Inglaterra chegou em 1866, com o que chamavam de caldeirada. O outro que trouxe a planta dos Estados Unidos. Diante disso, começaram a construção do que temos hoje. Muitas escolas de arquitetura vieram aqui para ver a evolução da engenharia industrial”, diz.
Ricardo Pacheco, também proprietário do prédio, cresceu imerso nos trabalhos braçais diários do prédio. Ele conta que durante toda sua infância e adolescência, construiu e guardou memórias que atualmente fazem parte não só da história da família dele, mas também da cidade.
“Todos os assuntos da minha infância giravam em torno da fábrica, que era o ganha-pão da família. Eu vinha muito pra cá nas férias, então tenho muitas memórias. São lembranças da parte mais divertida, porque eu vinha brincar com o dono, acompanhar a fiação, as bandeiras, as máquinas na passadeira, escovar o tecido”, relembra.
Vanessa Pereira, coordenadora de Identificação e reconhecimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pontua que a fábrica foi um empreendimento de extrema importância para o século 19.

“Costumo dizer que o tombamento tem duas funções importantes: uma é a proteção e a outra é o reconhecimento. A proteção significa que o bem não pode ser demolido nem alterado, garantindo que suas características mais importantes sejam preservadas para que ele continue existindo da forma como deve”, ressalta.
“Ao mesmo tempo, o tombamento traz um reconhecimento: o bem passa a ser entendido como importante para o país. Isso também abre portas, por exemplo, para conseguir investimentos. Com o reconhecimento federal, é possível obter patrocínios e recursos destinados a bens que têm esse valor nacional”, finaliza.








