Cidade dos Autistas não sai do papel, enquanto mais de 3 mil aguardam na fila em Sorocaba

Mais de três mil pessoas aguardam por atendimento ou diagnóstico relacionado ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Sorocaba (SP). Por outro lado, a cidade dos autistas, um complexo de atendimento sobre o tema, prometido em janeiro deste ano pelo prefeito do município, Rodrigo Manga (Republicanos), ainda não saiu de papel e sequer tem obras em andamento.

Nas redes sociais, Rodrigo Manga publicou um vídeo no início do ano falando sobre o processo de construção da cidade. Na gravação, ele detalha o que será colocado no empreendimento, incluindo parques e praças sensoriais.

“Um lugar maravilhoso, com muito verde, onde vamos construir parques e praças sensoriais, além de um centro de autismo que poderá dar atenção aos cuidados, terapias, fisioterapias que as crianças do transtorno e seus familiares merecem […] Vai ser o melhor trabalho com autistas do mundo. A Cidade dos Autistas começa já”, diz o vídeo.

Nas imagens publicadas pelo prefeito, é possível ver que há estruturas em funcionamento, como um parque de diversão e até mesmo diversas “casinhas”, retratando uma cidade, simulando bombeiros e uma agência bancária. A reportagem apurou que as estruturas fazem parte da Casa do Autista, situada em Balneário Camboriú (SC).

O Jardim Botânico de Sorocaba, na quinta-feira (2), local escolhido para sediar a Cidade dos Autistas divulgada anteriormente. No entanto, foi constatado que não há nenhuma instalação voltada para a construção do empreendimento. Veja as imagens abaixo:

Cidade tem lei sobre o tema

A lei 13.091, que fala sobre a criação de um complexo de referência e atendimento especializado às pessoas com TEA, foi sancionada em 27 de novembro de 2024.

Nela, é descrito que o complexo promoveria diversos atendimentos voltados à comunidade autista. Entre os atendimentos, o texto cita:

  • Atendimento psicossocial;
  • Atendimento médico e agendamento de consultas;
  • Ações e programas de inclusão em modalidades esportivas;
  • Ações de inclusão social;
  • Ações e programas de informação social sobre o Transtorno do Espectro Autista, tendo em vista a educação, saúde e trabalho;
  • Ações e programas que integrem pessoas com Autismo em programas de educação e saúde, além dos seus familiares;
  • Consultas médicas;
  • Psicológicas;
  • Pediátricas e fonoaudiológicas.

Além disso, o documento também propõe ações sociais de inclusão e informação social.

15 mil autistas

De acordo com a justificativa do projeto que antecedeu a lei que está em vigor, estima-se que entre 1% e 2% da população apresente, em algum nível, o Transtorno do Espectro Autista. Assim, o texto diz há em torno de 4 milhões de pessoas apresentando esse transtorno no Brasil. “Desse total, [há] aproximadamente 15 mil pessoas na cidade de Sorocaba.”

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